parceria

Salve todos!

cá estamos com mais um 'boletim humdeabril'; e nada ainda dos muitos assuntos acumulados...

acontece que este post é motivado por um evento que ocorrerá esta semana, e portanto, não pode ser adiado.

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o negócio é o seguinte: como foi amplamente divulgado por aí (mailings, orkuts e boca-a-boca camarada), Dimitri BR e Achilles Chirol se apresentarão nesta quarta (20/04), no Projeto Inédito - evento semanal que reúne cinco novos compositores a cada edição, tocando 3 músicas de sua lavra cada. [no final do post tem os dados, se por algum milagre eles não chegaram a você.]

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tudo nesse evento é raro:

é raro haver tal oportunidade de se tocar coisas inéditas para uma platéia interessada (gracias muchas ao João, organizador da parada!); é raro tocarmos músicas que não constem do repertório da URSS (na qual eu toco baixo, e Chirol é guitarrista) ou do 3a1 (na qual eu canto e toco violão, e o Chirol... bem, o Chirol é guitarrista! :) ; e finalmente, é raro, raríssimo, ter Achilles empunhando seu violão de aço e interpretando suas próprias composições.

motivado por tão auspiciosa combinação de acontecimentos inauditos, resolvi postar um breve histórico dessa parceria, formada há mais de uma década, em algum lugar do século passado...

Dimitri BR e Achilles Chirol.

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o breve inventário das nossas aventuras musicais conjuntas cobre uma boa parte da trajetória musical de cada um.

assim, embora contar tudo detalhadamente fosse levar *tempo*, uma rápida listagem das principais estripulias da dupla já deve ser bastante ilustrativo. vejamos:

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'Antes da fama':

nos conhecemos lá pelos idos de 1991 ou 1992 - por estranho que pareça, não numa banda, mas num grupo de teatro. por tortuosíssimos desvios, fomos apresentados (juntamente com Alexandre, O Grande Hofty, entre outras figuras importantes da tal história musical) nos ensaios de uma peça que nunca foi encenada - ainda bem, pois desse modo não foi necessário que se decidisse, afinal, quem levaria ao palco o papel que eu e Achilles revezávamos nos ensaios: o do gay da peça. é sério.

nessa época o Achilles, que é beeem mais velho que eu, já tinha uma banda: Os Últimos Remanescentes. por essa banda seminal (da qual eu e Silvia somos os maiores fãs até hoje) passaram perto de duas dezenas de integrantes(!), até que, paradoxalmente, nos Últimos não remanescesse ninguém. hahaha.

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mas sim: na época, eu começava a sonhar em montar uma banda, ainda que para realizar um único objetivo: tocar no FestiCAp antes de deixar o colégio (o CAp da UFRJ, onde estudei de 1987 a 1993).

eu fazia teatro há tempos (no Tablado), e a sério. cantar era uma habilidade secundária, tocar violão era uma inabilidade terciária, e compor era algo (exceto pelo episódio do 'II Festival de Pequenos Grandes Músicos do Instituto Santo André', já narrado aqui no hum) distante de minhas especialidades de então: dramaturgia e atuação em teatro.

por isso aquela notícia me pareceu fantástica: os caras tinham uma banda!

no mesmo dia levei alguns vídeos de apresentações dos Remanescentes para casa. e a partir daí não tinha mais volta: a veiculação repetida daqueles shows no vídeo de casa atiçaram ainda mais a vontade de formar minha primeira banda. (e eventualmente levaram Achilles e Silvia a ficar perdidamente apaixonados, mas esse é outro aspecto da lenda...)

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não, minha primeira banda não foi com o Achilles.

de fato, depois do malogro da tal peça, perdemos contato totalmente - num processo de encontro-e-desencontro que ainda se repetiria mais duas vezes, antes que de fato nos tornássemos amigos mais constantes.

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As Bandas:

finda a introdução, vou pular os meandros, e inventariar o resultado da melódia (essa palavra só existe no 'gato na tuba', não é mesmo??):

bandas em que tocamos juntos ao longo dos últimos 10-12 anos:

- I Love Mary Jane (1993-1995?)
- O Balconista (1996-1998?)
- Unruly Boys (199?)
- Samba Esquema Jorge (200?)
- URSS (200? - até hoje em dia)
- 3a1 (2004 - ...and counting.)

cada uma dessas tem inúmeras histórias.

da SE-Jorge, que fez apenas uma apresentação completa, até a prolífica O Balconista - bastante rodada e dona do maior repertório próprio -, cada banda representa empenho, alegrias e decepções, num relacionamento a 5 ou 6, com todas as dificulades que um namoro pode ter. sempre envolvendo eu, Achilles, e outras personagens igualmente pitorescas e complexas de se conviver.

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...mas a parceria não se contentou com isso!

ainda tocamos, vejam só, em
- Toda donzela tem um pai que é uma fera
uma peça que entrou em cartaz, afinal! eu, Achilles e Hofty executávamos ao vivo, toda noite, a trilha que eu compusera para o espetáculo, no qual eu também atuava (enquanto eles, num canto do cenário, vestidos de operários da prefeitura, ficavam sentados e riam na contramão do público - isto é: não riam das piadas da comédia, riam das gafes do elenco) .

também nos encontramos em participações nas bandas:
- Úlimos Remanescentes (que glória para este fã! foi a primeira vez que subimos juntos num palco - no caso, o da Gypsy)
- Piroxênios e Anfibólios (banda do Cláudio; eu disse que as pessoas eram excêntricas)
- Flhos de Jorge (e também no Guerreiros de Jorge, e no combo Canela de Jorge, ui! quem estava lá, viu...)

e também no
- Framboesa Tenebrosa (essa, meu 'projeto solo' de quando morei em São Paulo, que recebeu o reforço do Achilles em pelo menos duas ocasiões)

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além disso, nos aprensentamos em dupla caipira sob o codinome de
- O Sobrinho Predileto da Tia May
sob os auspícios do poeta germano-brasileiro Ricardo Domeneck, ou antes ainda, do fabuloso Gema, grêmio-superprodução do hoje extinto colégio Logos, em SP (Carolina nos convidou pra esse show, e nos hospedamos na casa dela; como queríamos surpreender a todos com o repertório, tivemos - tá bom, eu tive - a incrível idéia de ensaiar no canteiro central da avenida Ibirapuera. no meio da noite. obviamente o ensaio foi interrompido, como de costume, por um lunático sem-teto que queria tocar suas próprias composições. compositor não presta, mesmo.)

ainda tentamos formar a 'Duende Verde', trio punk que não saiu do papel, idealizada com o honroso propósito de, digamos, estreitar nosso laços com a candidata a baterista... eu cheguei a compor uams 3-4 canções punk pro repertório, mas não rolou a história com a baterista. (a gente era muito prego mesmo! :)

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será que eu esqueci alguma banda?!

certamente tentamos formar mais algumas. com ou sem segundas intenções para com integrantes.

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aliás, banda é assim: para cada banda formada, são cinco que não passam dos estágios iniciais - desde o papo de bar, até a proposta estruturada, a alguns ensaios, algum repertório, músicos convocados...

creio que é assim com qualquer projeto artístico.

a persistência só pode ser explicada por devoção apaixonada, obsessão, ou total incapacidade de fazer qualquer outra coisa. ou um pouco de cada.

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...como o bravo leitor que aqui chegou sem pular muito pôde constatar, há motivos de sobra para que a iminência de mais um show ao lado de meu agora compadre (pai de meu afilhado!) Achilles me desperte lembranças mis, me lance nessa digressão por grande parte da minha história musical.

até que, pra mais de uma década, eu fui bem sucinto.

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quero dedicar este post então a todo mundo que já dividiu um palco comigo. todo mundo mesmo. e a todos os meus parceiros de composição.

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aliás, isso é um detalhe curioso: eu e Achilles, apesar de termos mais de 10 composições em conjunto, não tocamos atualmente nenhuma delas.

isso porque aprendemos a compor em parceria um com o outro - há dez anos atrás. algumas músicas ficaram datadas, não cabem em nossos projetos atuais. metade delas é só ruim mesmo : ]

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o ministro Gil e seu comparsa C. Veloso disseram certa vez, em entrevista, que não têm muitas músicas em comum, porque já são 'parceiros na vida'. e ficam mais é pentelhando o Chico Buarque, atrás de uma nova letra...

então fica valendo essa teoria para nós dois também: saravá me camarada Achilles, parceiro em mais aventuras e desventuras do que composições. parceiros na música mais que em músicas...

[atualmente, além das bandas em comum, Achilles tocará em duas faixas de meu disco, em fase de gravação. e depois, esperamos, eu produzirei e gravarei o dele. e assim vai...]

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pra finalizar, convido todos a compartilhar conosco mais um episódio dessa história:

Dimitri BR e Achilles Chirol no Projeto Inédito

no Armazém Enseada - Rua Capitão Salomão 55 (é a rua do Plebeu) - Humaitá(RJ)

nesta QUARTA 20/04

às 21h (iníco às 21:30h, é bom chegar cedo para escolher mesa)

R$ 5

compositores desta edição: Jô Santana + Zezo Olímpio + Tato Barcellos + Achilles Chirol + Dimitri BR

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abraços paratodos

[sei que este post foi mais pessoal do que costumam ser meus textos. mas afinal é dessas histórias que é feita a vida de todo mundo.]

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bons dias!

4 comentários:

Anônimo disse...

Opa! Depois de ler toda esta história, tenho de deixar registrada minha alegria de fazer parte disso tudo e, principalmente, de acompanhar essa dupla tão querida. Nos vemos na quarta, mas, antes, no estúdio!
Beijocas pros dois!

Carolina disse...

MEU! Tô muito triste de nunca ter dividido um palco com você...

missbutcher disse...

OSKIBI (escreve assim?????!!!)... Tentando esconder seu passado.... AMIGOS PARA SEMPRE (era esse o nome?). Mais uma vez euzinha aqui lembrando do seu passado negro...
:-)

Dimitri BR disse...

que é isso, Bel! eu não renego meu passado, não :]

as bandas a que você se refere eram Ôskibe (minha querida, tosca primeira banda, responsável pela grande alegria de ter uma música registrada em vinil), e Amigos do Peito (uma banda não tão querida, mas de lembrança carinhosa como as demais);

elas não foram citadas - como outras tantas! - só porque eu estava inventariando apenas as bandas que tive com o Chirol, que não integrava nenhuma das duas.

certo? certo. em todo caso, obrigado por manter a memória alerta. isso é coisa só para velhos companheiros de peripécias, né menina :]

beijo.