happiness is a warm gun

Salve todos!

depois de tanto tempo sem postar (embora parte dos conteúdos de possíveis posts tenha se escoado em aparições por escrito em outros âmbitos, entre emails e comentários e, é claro, o orkut), eu evidentemente tenho dezenas de assuntos a tratar por aqui.

a proximidade do humdeabril de 2005 - auspicioso e fartamente celebrado, !muchas gracias! a todos os que participaram, lembraram, mandaram seus sinais por qualquer via possível! - apenas atiçou mais minha vontade de formular idéias e questões em texto, e compartilhá-las com ustedes.

preparando o terreno para as novas incursões, comecei reformulando o humdeabril, inclusive para acrescentar o sistema de comentários! acho muito legal mais essa possibilidade de interação que o blog incorpora. estejam mais que à vontade para usá-la : ]

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e foram muitas aventuras, desventuras e reflexões nestes meses sem postar - tantas que, só para enumerá-las, já gastaria um post inteiro... e que desperdício seria passar batido por algumas delas. espero poder escrever algo mais substancial sobre a maioria delas, aos poucos.

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pra começar os trabalhos, no entanto, vou publicar um texto duplamente incomum: um poema que enviei ao nosso bravo correspondente na Alemanha, o gauche Ricardo Domeneck.

o texto é duplamente inusitado porque, além de ser uma correspondência pessoal, é um poema - gênero no qual eu (quase?) nunca escrevo. mas é um poema-relato, já que conta uma história verídica (embora um tanto inverossímil... bem, que cada leitor julgue por si).

desde já mando um abraço carinhoso paratodos os intrépidos leitores! obrigado pela visita, e sejam bem-vindos (sempre) aqui ao humdeabril.

[e lá vai o texto; juro que aconteceu! : ]

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happiness is a warm gun

estou ouvindo o álbum branco
e eis que Ricardo se materializa em minha frente
atônito com seu súbito transporte através dos continentes

ele que estava num inferninho alemão
continuou a dançar por uns bons 30 segundos
antes de perceber que a música mudara
(e mais ainda o ambiente)

seu corpo magro, longilíneo formava
de pé, um L com o meu
magro, longilíneo - deitado

Ricardo balbuciou seu espanto em Alemão
suas palavras se perdendo como as ditas por Einstein
em seu leito de morte
para uma enfermeira que, como eu, não entendia o Alemão

ao final de um minuto sua mente alcançou seu corpo
Dimitri, ele disse claramente

mas nesse instante a música acabou
e ele foi tragado novamente para a distante Berlim.

ressurgiu subitamente estático na pista
de onde ninguém notou sua ausência
que lá durou o intervalo entre duas piscadas
da estroboscópica

sua mente apagou da memória a viagem que seu corpo se atreveu a fazer.

Dimitri?, ele disse sem saber por quê
(mas nem mesmo ele pôde ouvir sua voz em meio ao som alto)

seu corpo retomou aos poucos o movimento
conectando-se com a música de lá
desprendendo-se daquela que o trouxera
aqui
restou o eco de seu corpo

happiness is a warm gun.