!vendido!

é genial essa idéia chicana de pontuação antes da frase, não é mesmo? imagina o quanto isso facilita o trabalho dos atores (será por isso que há tantos atores ruins nas novelas chicanas?)

...mas sim, o vendido aí acima se refere a alguém: eu!

foi há algumas semanas, e por isso há quem já o saiba, mas aconteceu algo realmente inédito: vendi uma música!

de fato, vendi uma parceria pra um produtor de drum'n'bass e trance amigo do amigo de uma amiga de uma amiga...

vamos do começo:

duas amigas paulistanas, a Carla e a Juliana, me contataram há um tempo atrás querendo que eu lhes mostrasse músicas, porque elas mais uma terceira menina, a Helena, tem uma banda, estão há meses tocando sistematicamente em diversos lugares de São Paulo - e sendo pagas pra isso! não é impressionante que isso seja impressionante? - e planejam para breve (viu, ó Devas, eu disse breve rrs) a gravação de um disco, e andavam (andam, atenção compositores pop do meu Brasil) à cata de músicas inéditas que tivessem a ver com o perfil delas.

[aqui cabe uma pausa par os nossos patrocinadores: a banda em questão chama-se Devas. São três meninas que cantam e tocam revezando instrumentos, mais um cara que atua como técnico de som, roadie, empresário e psicólogo delas, e ainda eventualmente toca cajon. aquitem mais detalhes num artigo que a Juliana jura que não foi ela quem escreveu.

Aos udigrudi da vida eu aviso que a parada é mainstream; aos mainstream eu aviso que nessa área elas tão sobrando, são de uma qualidade incomum pro meio.

ah, e aos fãs de pop-com-voz-de-mulher, aivso que cranberries, alanis e eddie brickel são prato do dia no setlist das Devas, embora haja coisas de outros estilos

...bem como duas músicas minhas, o que nos traz de volta ao contrabando internacional de músicas descartáveis (como o Carué já batizou a prática)

foi assim:o meu parceiro virtual (nunca nem vi o sujeito, mas me disseram que é gatinho (sic)) procurou a Helena, por indicação de um amigo seu, querendo 'uma letra' pra 'uma base' sua; e a Helena, por sua vez, me convocou pra fazer o serviço.

eu estava em sp, trouxe a base gravada, junto com dois d´n´b com letra que o meu então futuro parceiro ajuntou a título de exemplo do que ele queria. ouvi o negócio, depreendi a harmonia implícita, fiz a letra e a melodia (que também não havia, é claro); dias depois a Juliana recebia um cdzinho pelo sedex, e pronto.

pronto nada! muitos trâmites ainda se passaram, mas finalmente, em minha última visita à estranha e querida cidade ao sul do país, recebi o pagamento por minha primeira música vendida!

foi pouca grana, se considerarmos o quanto eu preciso ter de prática e estudos e tudo o mais pra fazer um treco desse (é um serviço altamente especializado, ou não?); mas certamente foi uma hora muito bem remunerada, a hora-de-trabalho mais alta que eu já recebi rrs

além disso, se você é pago pra fazer uma coisa que você faz todo dia de graça, é uma boa idéia, não?

enfim, eu me diverti bastante, paguei minhas passagens de ônibus, comprei um metalofone e voltei pro Rio com a gravação já mixada com a Helena cantando e a Juliana fazendo violão e backing vocal. quanto ao Gabriel - este é o nome do meu mais recente parceiro - a última notícia que eu tive foi a seguinte: 'estão adorando a música aqui no México!' huahuahua

quem quiser conferir, as Devas estão fixas no bar 6:01, na r. Comandatuba 26 (vl. Olímpia) toda terça-feira de 21:30h às 24:30h.

[inclusive eu andei aparecendo numas canjas por lá, tocando derbak, ganzá e, é claro, cantando - pra desespero da Carla, numa terça, e ódio da Helena, na outra, ambas surpreendidas por minha, vamos dizer assim, veia improvisativa, que achou por bem se manifestar justo enquanto elas dividiam o vocal comigo...]

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