Cosmonauta, por Tutatis!

Brasil-Rio
2005-11-[madrugada de 15 para]16
00:41

hoje (dia 15/11) foi aniversário do Rodiguei!

e não é que, de tantos aniversariantes recentes geograficamente mais próximos, foi com ele que tive o prazer de falar?

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pois é, foi a segunda ligação transatlântica do dia;

a primeira, é claro, foi da Graziela, oba! (mas foi rapidinha, aah!)

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daí vou ao Rio Sul pra comprar um novo mouse - há dias o meu quebrou, e a atribulação da minha vida na última semana, assim como me impediu de felicitar adeqüadamente os muitos aniversariantes de novembro (!), não deu oportunidade pra que eu repusesse o mouse.

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aliás, cara cunhadinha, adianto logo que mais uma vez não consegui comprar o mouse, e portanto este post está sendo escrito sem o auxílio do mesmo. e haja malabarismos de teclado.

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não tem um mouse que preste no Rio Sul. não por menos de 70 reais (!).

(isso apesar do diálogo que ouvi na escada rolante, entre duas pré-adolescentes: "Aqui tem as melhores lojas. O Rio Sul é o Barrashopping da Zona Sul!" :)

depois de busca infrutífera na Casa e Vídeo e numa daquelas lojas de aparelhos eletrônicos variados, fui tentar a sorte na Saraiva.

e, se não achei o que queria, de fato dei sorte:

havia lá um cosmonauta.

um COSMONAUTA!

vocês entendem o que é isso?

um cosmonauta aposentado do programa espacial russo, UM CARA QUE ESTEVE NA MIR!

(para mais informações sobre a Mir, vejam o LINDO site que está desde sempre entre meus links aí ao lado)

ele estava lá, simpático, de cabelos brancos, levemente irônico, falando para poucas pessoas sentadas (embora o som fosse transmitido para toda a loja), com broches do programa espacial na lapela (bem parecidos com aqueles que o Mantovani me trouxe da Alemanha, que as pessoas vendem como souvenirs da época do país partido).

um cara que esteve no espaço!

"levei 21 anos para conseguir ir ao Cosmos, e 23 para vir ao Rio", brincou.

o gancho para sua vinda ao Brasil, onde está lançando um livro sobre sua experiência no espaço, é a iminência da partida do primeiro cosmonauta brasileiro, que voará na Soyuz no início de 2006.

o cosmonauta falava em russo, era traduzido pela intérprete Tatiana, que em seguida sussurrava para um bem-humorado "locutor" (o responsável pela palestra, creio), que finalmente transmitia a fala ao público, em Português, num microfone. pois é, eram várias etapas.

também por isso uma das partes mais divertidas da conversa foi quando ele explicou, por mímica, que quebrou muitas garrafas e copos antes de se readaptar à Terra, ao regressar de sua missão mais longa.

isso porque, após passar 7 meses sem gravidade, ele adquiriu o hábito de simplesmente soltar os objetos no ar :]

ele explicando isso, gesticulando com uma garrafinha plástica e falando russo, tornou a história ainda mais divertida.

pensei em perguntar sobre a manobra política norte-americana que levou ao desligamento da Mir, mas o ambiente me inibiu um pouco, o papo estava centrado em curiosidades do lado prático da vida no espaço.

(bem, teve também os dois caras que se sentaram e perguntaram pra ele se ele achava afinal que os americanos tinham pisado na Lua ou era tudo armação. ouviram seu sorridente depoimento de que conversara com vários dos astronautas que foram à Lua, e que garantia que eles de fato haviam estado lá. aparentemente satisfeitos, os dois agradeceram e se retiraram :)

mas apesar da timidez, fiz outra pergunta para o palestrante:

na minha atual situação, que acham que perguntei?

é evidente: perguntei a ele como era sua comunicação com seus familiares e amigos, enquanto estava no espaço.

a resposta marota do russo não precisou de tradução:

- Radio.

disse o cosmonauta comediante...

mas com qual freqüência ele falava com seus entes queridos?, insisti.

- uma vez a cada duas semanas.

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e eu que achava a Alemanha distante.

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hoje falei com a Europa duas vezes.

este post vai alcançar a Graziela (oi) e o Rodiguei imediatamente também.

e viva a era da informação.

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láá em cima os satélites orbitam.

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ao fim da palestra eu me dirigjo a uma prateleira escrito "papelaria". mas não tem nenhum papel ali - só fileiras de pequenos aparelhos com dois botões paralelos e, ao centro um disquinho de borracha ou plástico.

seria uma cena de ficção científica para o cosmonauta, quando estava na ativa: não havia mouse naquele tempo. não havia internet. os computadores que o levaram ao espaço são menos potentes que qualquer computador de onde você esteja agora acessando este blog.

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desisti do mouse por hoje. se os caras foram ao espaço sem um, eu posso fazer um post só no teclado... :P

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quando eu era pequeno eu queria viajar pelo espaço. e se me perguntassem mais especificamente, eu dizia que queria ser um COSMONAUTA.

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"I wanna be a cosmonaut"

é o nome de uma ótima música do riff raff, banda quase-punk do jovem Billy Bragg, que me foi apresentada (é claro) pelo aniversariante de hoje.

tenho aqui neste computador uma gravação de outra música, composta anos depois pelo mesmo bardo britânico:

"The Space Race is Over"

canatva ele, desiludido. a corrida espacial acabou e foi substituída, ironicamente, pela disputa do cyberespaço.

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vou ouvir então a tal gravação, feita por mim e - vejam só - pelo Rodiguei.

e amanhã eu compro um mouse.

e falo com a Graziela, ela em Frankfurt, e eu no Rio.

mas no espaço, só o cosmonauta é que vai.

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Por Tutatis!

quase saindo do Rio Sul vejo um cartaz (?!): "Em novembro! Nova aventura de Asterix nas livrarias!"

não foi de imediato, mas eu percebi: "ei, já estamos em novembro!". voltei até a Sodiler e lá estava: "O dia em que o céu caiu" - um livro inédito do Asterix, oba!

foi muita sorte pra uma só incursão no shopping.

um cosmonauta de verdade e um Asterix novo; realmente, quem precisa de mouse? :]

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pena que - tenho de dizer - este é provavelmente o pior de todos os Asterix.

é pena porque, embora um Asterix ruim seja como uma música ruim do Chico Buarque - isto é, não se sofre tanto assim -, a espera por um novo livro do gaulês também se equipara à espera por um novo disco do Chico. bem, não exatamente, mas temos de considerar que no disco vem umas 10, 12 músicas - enquanto que no livro tem uma história só...

(detalhe é que, coincidentemente com o resto do meu dia, tem naves espaciais e "mouse" em "O dia em que o céu caiu"!)

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mas não vou me queixar não. e se (infelizmente!) não vou ao espaço, em dezembro voarei para cruzar a distância que os satélites abreviam, mas que ainda persiste.

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e até lá, que seja o cyberespaço, então;

boa noite.

bons dias paratodos.

3 comentários:

Anônimo disse...

gatinho, que post comprido!!

puxa, bem que a Letícia me disse que o último asterix era fraquinho, que tinha naves espaciais e etc...

também quero! (ver um cosmonauta)

beijos para o menino mais lindo...

Anônimo disse...

vc se virou bem sem o mouse com as tais teclas de atalho :)
queria ter visto o cosmonauta tb. o thiagay é que entenderia tudo sem tradução, não?
beijinhos

Dimitri BR disse...

não creio! ele fala russo tb? mas é mesmo um menino prendado. o Mantovani tb arranha; mas não sei se qualquer um dos dois entenderia o discurso do cosmonauta.