boa noite

Brasil-Rio
2005-11-[28 para]29
2:48h

2:48h; a essa hora eu comecei a escrever um post. mas daí desisti dele. ao menos por hoje. agora são 4:08h. e estou com muito sono.

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boa noite, então, meus caros.

...e não é que acabei completando a trilogia?

bom dia boa tarde boa noite amor :]

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pra quem esperava um post mais comprido, eu recomendo este aqui:

da porta da geladeira

inclusive tem lá um comentário meu maior que este post :)

mas uma das reflexões que ele me sugeriu eu não pus no comentário;

foi a seguinte:

assim como existem objetos (de arte ou não) e práticas específicas para determinados ambientes ou situações, ou mesmo determinado espaço físico,

será que existem também pessoas site-specific?

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com certeza há locais e situações nos quais transitamos com mais desenvoltura.

ambientes onde estamos mais à vontade e onde, por conseguinte, rendemos mais.

o Alfredo costumava dizer que era mais fácil um cara ficar com uma menina se ele estivesse em seu local de poder - terminologia nerd, sem dúvida, mas que sinteza bem esse conceito.

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por outro lado, lembrei logo, ao ler o post, de uma menina com quem eu fiquei, e que só era interessante à noite. sério! de dia ela era menos atraente, meio chata, era inadequada.

tinha também aquela com quem eu só ficava... no elevador!

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e aquele pessoal que a gente vê sempre quando sai à noite? tipo aquelas pessoas que estão sempre numa determinada boate ou bar. tipo as pessoas que freqüentam a Maldita :]

a impressão que se tem é de que talvez elas não existam fora dali!

(e talvez não existam mesmo; lembro de alguém no Tim Festival, acho que o Thiago, comentar comigo que nunca via aquelas pessoas no Rio, exceto uma vez por ano - agora por biênio -, no Festival. isso é mais que site-specific: é existir em um instante específico.)

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tem também o lugar específico para cada pessoa de nossas relações.

não só "lugar" como posição afetiva, mas também prática - o tipo de programa que você faz com a pessoa x, a área de interesse que você conversa com y -, e mesmo fisicamente - eu e a Bel Butcher, por exemplo, sempre "discutíamos a relação" no Bob's. não importava o motivo da briga: fazer as pazes era no Bob's :]

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é claro que isso é deliberado.

assim como as esculturas produzidas para um certo espaço de exibição, as drag queens da Lôca não estão ali por acaso:

estão ali porque é onde são adequadas. mais que isso: é onde são poderosas.

as drag queens, e as esculturas :]

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se transportadas - transplantadas - para outro lugar, podem perder significado, esvaziar-se - deixar de existir?

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...ou ao contrário, nossos "lugares de poder", são idiossincrasias, e deixando-os poderíamos nos ressignificar, nos reinventar, como - pra manter as analogias no âmbito das artes plásticas - um objeto banal tornado em obra ready-made?

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e aí? o que você só faz aonde?

e como foi parar aí?

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no meio do caminho, um Drummond site-specific


5 comentários:

Anônimo disse...

oi,

foto bonita...

te liguei, deixei recado, cadê você? estou com saudades.

beijos, gatinho.

Anônimo disse...

estúpido sistema de comentários que postou o meu sem assinatura.

Anônimo disse...

Mana?

ana k. disse...

Que honra, Dimi!
Encontrar assim um link para um post meu... Aiaiai...
Acho que na verdade todos nós somos site-specific para os outros. Deixamos de ser quando a afetividade permite que gente saia do nosso nicho e exista per si. Por exemplo: Assim como a citadíssima Bel, muitos outros estudaram com você no Cap. Mas, apenas alguns deixaram de pessoas da sala e viraram amigos. Daí o lugar já não influi tanto na existência. A Bel é a Bel e não uma amiga da escola.
No trabalho, por exemplo, meus pacientes só me veêm como médica. Se encontrasse com eles bebendo cerveja, certamente estranhariam. Vivo alí para eles e só, a minha existência acaba quando o posto fecha. O mesmo com o pessoal do trabalho. Posso perfeitamente entrar e sair dalí durante meses e ter uma relação totalmente site-specific com todos.
A diferença é que as obras de arte são feitas para um lugar, quando são site-specific, enquanto a gente se adapta a inúmeros nichos onde devemos desempenhar algumas funções.
E para quem nos olha em cada destas funções, parece que só existimos alí. A não ser que por um motivo ou por outro, olhem além da imagem e entendam a obra self-made.

Anônimo disse...

Dasein?