um dia perfeito

Brasil-Rio
2005-10-[madrugada de 16 para]17
circa 5 a.m.

bom dia querida

leitora

e demais ilustres passantes.

vocês notarão (notaram, talvez?) que pulei o dia 15.

foi uma pena, pois poderia ter, logo no 3o dia, justificado o indicador geográfico com que achei por bem iniciar os posts desta versão diária do humdeabril.

isso porque, tivesse escrito ontem, leria-se lá em cima: Brasil-São Paulo!

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isso mesmo: de maneira totalmente inesperada, acabei indo parar em minha querida cidade adotiva, a estranha megalópole tropical ao sul do país.

e que bom que isso aconteceu!

pois, apesar de ter sido provavelmente a minha mais breve passagem por São Paulo - pouco mais de um dia e uma noite - tenho o prazer de dizer que foi uma viagem simplesmente maravilhosa.

(em negrito e tudo. e olha que eu sou bem consciencioso no uso dos adjetivos :)

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por isso antes de mais nada quero agradecer a todos os envolvidos, a todos os amigos de diversas procedências e graus de proximidade que contribuiram para que eu passasse um tempo tão bom.

merci!

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cara, o sono e o avançado da hora e (principalmente) a quantidade de eventos que se passaram no curto espaço de um dia e meio não vão permitir que eu faça um relato com tantos pormenores quanto eu gostaria.

mas acho que vale uma descrição geral:

aconteceu de minha irmã e Carolina decidirem subitamente (contra sua prática habitual) pegar o carro e ir à SP, para se despedirem do amigo Carlo Carrenho, que amanhã se mudará para fora do país (também...).

infelizmente Silvia não me achou a tempo de ir com elas. e a história poderia ter acabado aí.

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[a propósito, Silvia não me achou porque a essa altura a Máquina do Mundo já estava sendo generosa comigo: depois de uma agradável conversa com minha recém-colega Flávia, e de vagar pelas livrarias dos arredores, eu fora abduzido por minha amiga de longa data e atual vizinha, Cecília. fui conhecer sua casa, e demos boas risadas com a total discrpâncias das nossas concepções a respeito da vida...]

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chegando em casa, ligo o msn. isso pode parecer normal pra muitos de vocês, mas eu nunca uso instant messengers de nenhuma espécie, devido à uma incompatibilidade pessoal.

mas entrei no msn porque ando me empenhando em prepará-lo para ser um meio de falar (com voz!) com a Graziela, é claro.

eis que encontro o Mantovani online. e ele me diz que Silvia está a caminho de São Paulo, como assim!?

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ato contínuo, a própria Silvia me telefona: estão engarrafadas na Dutra. ela pede que eu descubra se há algum problema sério na estrada. lamenta não ter me encontrado a tempo (às vezes eu tenho vontade de ter um telefone celular. mas só às vezes), e por fim sugere que eu ligue para o Thiago, que elas também haviam tentado contatar sem sucesso, e vá com ele à SP de ônibus.

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e não é que ele topou?

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e não é que eu topei?

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afastando o desânimo e a inércia, nos aprontamos e em pouco mais de uma hora estávamos a caminho da rodoviária.

a viagem em si já foi das mais agradáveis. não foi muito surpreendente encontrar com Thiago muitas afinidades, a despeito de certas dessemelhanças fundamentais. afinidades sobretudo relativas às nossas preferências, reais e presumidas.

(se isso soou suspeito pra você, então consegui traduzir bem a parte das "preferências presumidas"...)

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cara! vamos lá, Dimitri, você prometeu a versão sem detalhes.

mas, se é nos detalhes que reside a riqueza da História...

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em São Paulo a Natália me deu indicações para ir até a casa que divide com o Mantovani; pegamos o metrô e nos separamos , eu e Thiago, quando ele saltou para ir ao hotel onde ficaria com Silvia e Carol.

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tendo descido do metrô, as indicações da Natália não pareciam fazer sentido; perguntei à beça, com sono, andei, peguei um ônibus, andei mais, até finalmente acordar o Mantovani para que me recebesse.

pretendíamos dormir, mas engrenamos a Conversa Infinda e conversamos manhã adentro, até que a Natália também acordou.

passamos a conversar os três e, entre uma risada e outra, descobrimos por que as diretrizes da Natália não funcionaram para mim: eu tinha saltado na estação errada! com sono e distraído, nem notei :]

desci do trem, vi uma placa com outro nome e arranjei uma explicação absurda pra isso - que na hora fez todo o sentido, é claro. depois fiz como ela dissera: andei pra rua tal, virei na segunda à esquerda... e fui parar num lugar completamente aleatório - é claro.

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assim rindo e tagarelando passamos a maior parte da manhã - que contou com mais uma participação inportantíssima: Graziela, que por sorte nos achou em casa, lá de Frankfurt! êêê :]

por sorte mesmo, pois estávamos de saída: fomos a uma salgaderia da vizinhança, no bairro com jeito de cidade pequena em que eles moram.

Salgaderia? "doceria", dizia o letreiro - mas o Mantovani disse que era uma salgaderia. como assim?

"É porque a gente veio comer salgados", explicou.

ah, tá!

e comemos - proporcionando à pacata vizinhança, aos funcionários e demais fregueses da salgaderia (sic) que porventura escutassem nosso papo, um cardápio variado de amenidades: assassinato, incesto, zoofilia...

não sei bem por que, cada novo tópico da nossa conversa enfiava mais o pé na jaca do politicamente incorreto que o anterior.

espero que eles não sejam banidos do estabelecimento; os salgados estavam ótimos!

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voltando para casa conversamos um tanto mais, e engrenamos uma siesta.

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mais tarde, refeitos, tratamos um encontro com o resto dos turistas.

Natália não nos acompanhou, mas conseguiu a façanha de sugerir um ponto de encontro que agradou a todos - façanha de fato, agradar a um grupo heterogêneo; a coincidência de vontades e humores preponderou no meu fim-de-semana de um dia, agradeço novamente aos caros amigos e à Máquina do Mundo.

assim, eu e Mantovani encontramos Silvia, Carol e Thiago no restaurante que Natália sugeriu, e comemos os pratos que Natália sugeriu, e logo todos brindavam à Natália, incluindo os trÊs que nunca a tinham visto...

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ainda no restaurante, juntou-se a nós ninguém menos que Luis Dreyfuss, O Menor. e encontramos por acaso - outra constante nesta minha historinha - Manuela Prado e seu namorado físico.

depois de comer fartamente (e brindar à Natália - aliás, conheci lá a irmã dela, que chegou também por acaso e, em mais uma pequena coincidência, se chama Silvia), nos esprememos os seis - Carol dirigindo, Silvia de co-piloto, Dimitri, Mantovani, Thiago e Menor atrás - no carrinho das meninas, e seguimos para a região da Augusta.

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lá, estacionamos e peregrinamos a pé pelos botecos prediletos do Mantovani (que encarnara o perfeito cicerone).

num deles, esbarramos com a uspiana Anete, que nos deu notícias bombásticas: está grávida! e pretende mudar-se com o pai da criança... para a Alemanha.

afinal, ele é alemão...

ayayay

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depois de uma pausa num fliperama, para duelos de pebolim (totó em São Paulo tem esse nome...), daytona e etc., fomos sentar naquele bar logo abaixo da Lôca, acho que se chama Silas.

de lá falei por telefone com Lucila, que depois nos informou também que a Marina Pontieri estava em santos (provavelmente tocando com a banda).

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mal fechamos a conta e chegaram lá mais figuras ilustres David e Clarinha (que mora lá perto), mais um cara da banda deles.

David está com o pé detonado devido à uma queda de skate, e eles não compartilhavam nossa intenção (de ir dançar, em seguida); mas caminharam conosco enquanto avaliávamos algumas das opções próximas, e tentaram ajudar com sugestões também.

depois de andar e conversar por algum tempo, nós os deixamos numa adega e pegamos novamente o carro, seguindo para o Amp Galaxy.

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na porta do Amp Galaxy, sem fugir à regra, mais conhecidos: Rita e Graziella (não confundir com Graziela :)

...mas a música aparentemente eletrônica não se afinou com os anseios indie-rocker das meninas - e lá fomos nós 6 intrépidos (uns mais, outros menos :) com o carrinho novamente, desta vez para o Atari.

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chegando lá, um contratempo: as máquinas de cartão e débito estavam quebradas. não tínhamos dinheiro suficiente. e só se aceitavam cheques da praça.

sem deixar cair, Mantovani-cicerone prontificou-se a financiar a excursão com um cheque paulista, caso necessário. e assim adentramos o incrível, pitoresco e mui familiar universo da boate indie.

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digo familiar porque, vá lá, com tanta quilometragem em estabelecimentos do gênero, dá pra dizer sem hipocrisia : todas as boates de rock são iguais, né.

e, para mim, igualmente divertidas...

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Silvia e Carol nos deixaram não muito tempo depois mas, para minha alegria, os 3 cavaleiros restantes decidiram continuar a noite (a despeito de estarem abandonando a carona, e com ela a possibilidade de ir embora antes do amanhecer. assim é o transporte público em São Paulo...)

assim, a balada prosseguiu nas regras da arte, com trilha sonora e estroboscópica para se dançar - fosse virado para a parede, cantando junto, ou com a air guitar emprestada do Brasília (alerta de piada interna ;) , shots conjuntos de tequila, piadas infames, cantadas mais ainda - perpetradas pelo incansável guerreiro Menor e pelo sarcástico Thiago, para deleite antropológico e posteriores comentários dos 4, etc., etc.

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ao amanhecer, e em hora bem avançada - já que, além de tudo, haviamos "perdido" uma hora, com o início do horário de Verão [atenção Gra! agora estamos com uma hora a mais aqui, tá?], deixamos finalmente o Atari, aproveitando uma feira próxima, ainda em montagem, para comer o indefectível pastel da manhã.

[além de aprender o significado da palavra "leigo". sim, sim, é outra piada interna. foi mal. quem quiser, pergunta, que eu explico.]

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voltando pra casa quase 10 da manhã, ainda tive tempo para dormir as 6 horinhas mínimas, acordar, falar com Alfredo e Dani ao telefone, quase ser convencido por eles, Mantovani e Natália a ficar mais uma noite, me despedir, e ser incorporado ao comboio carioca para, desta vez sim, percorrer de carro os 400 km que separam duas de minha cidades-sede (a terceira, Belém, fica um tanto mais distante...).

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a viagem de volta, com 4 dos cinco integrantes do la porra carolina trancados dentro de um automóvel, foi preenchida por um volume obsceno de tiradas, trocadilhos e chistes de humor dúbio, até dar dor-de-cabeça - ou seja, transcorreu tranqüilamente e, espero, renderá motes para novas composições da anárquica banda.

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pra encerrar o post (garanto que essa foi a versão com detalhamento médio, ainda!), falta apenas mencionar a importância da data, o motivo pelo qual não fiquei até 3a em São Paulo:

hoje, dia 17/10, é aniverário de Aurélio!

pois sim!

então muitos beijos paratodos,

em especial para o aniversariante do dia

e para Mantovani, Thiago, Menor, Silvia, Carol, Natália...

...Graziela...

....e todos os personagens dessa curta, trivial história, de que tanto gostei.

[incluindo Chirol e Rogério, cujos recados deixados na secretária eletrônica providenciaram uma boa acolhida na volta ao Rio.]

abraços paratodos


e bons dias!

4 comentários:

Anônimo disse...

Bom dia, meu amor!!

E outros alem desse...

Beijos beijos beijos

Anônimo disse...

Ainda podia ter sido melhor, se vc tivesse de fato falado comigo no dia seguinte como prometido. Eu liguei. Humpf!

Anônimo disse...

Ei Lucila,

A culpa de o Dimi não ter conseguido falar contigo foi mais ou menos minha, pois não ouvi o celular quando você ligou, e quando vi o seu recado ele já tinha partido interestadualmente. E Dimi, conte mais em detalhes a história das ginasianas dos pastéis que estavam prestes a bater uma pros feirantes pra conseguir um catupiry... por favor conte, é uma história perfeita prum amanhecer depois de uma noite em que tanto se discorreu sobre xavecos e predações sexuais, e em que o resultado prático valeu menos que a teoria. Nós daqui da casa Croata também nos divertimos muito nesta viagem curta, e folgamos em ver que os cariocas até que também sabem se divertir numa noite moderna e sofisticada como a nossa. Beijos pra você, pra irmã, cunhada e amigo da cunhada. E sejam bem-vindos para vir exercer aqui os seus impulsos de viajar repentinamente.

Anônimo disse...

Ah, Dimitri...

Realmente, faltou a incrível epopéia das ginasianas. Afinal, o quarto foi brinde.

Talvez algum detalhe mais sórdido acerca do Atari. Se bem que o melhor (pior?) do Atari foi inexistir qualquer detalhe realmente/fisicamente sórdido.

Contando dessa forma, as pessoas vão ficar leigas. E por falar nisso, poxa, Dimitri, isso de "preferências presumidas" não vai fazer bem para a nossa fama.
Ou melhor, dada (o verbo foi proposital) a nossa fama, acho que a coisa irá se acentuar mais. Pouco importa.

Mas deixa ir: meu ônibus sai agora e eu preciso terminar meu pingado (ou média?). Vc me desculpa, filho?

(a todos: o último parágrafo é uma grande piada interna. Ainda que a graça seja, hum, diminuta)