hum diário

todo dia um monte coisas chama a minha atenção;

este sempre foi um espaço de elaboração

de algumas poucas dessas coisas

em geral daquelas que há mais tempo, ou por mais tempo

chamassem minha atenção.

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mas

resolvi tentar uma abordagem diferente:

vou postar aqui todo dia.

mas não um diário blog: um blog diário

- um blog diário? mas que idéia nova :]

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bem, pra mim é.

e também postar assim, coisas incompletas, fragmentadas, menos processadas.

não que a intenção seja essa (tanto que começo esta 'fase' com uma explicação :)

apenas vou-me permitir postar fragmentos também

(afinal, nem todo dia eu vou ter tempo e/ou disposição pra redigir posts).

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e assim a Graziela (e quem mais ler) pode saber o que acontece no Brasil

e no mundo

por uma percspectiva nada isenta

e pra lá de particular.

a quem possa interessar.

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vamos lá?

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Brasil - Rio
2005-10-13
23:21

Graziela foi pra Alemanha ontem

tenho medo de ficar mudo

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eclodem fogos de artifício bem próximos, com uma enorme intensidade - suficiente para que eu, que tanto exercito o desprendimento da atenção fosse até a janela.

Silvia, ainda mais minha vizinha do que antes, me telefona assustada:

S - Dimitri, o que foi isso?

D - não sei, daí não deu pra ver também? (esqueço que o apto novo delas é de fundos; daqui de casa da pra ver a janela!)

S - não, você também não viu?

D - parece vir do lado do Botafogo. só vi clarões, como os de fogos-de-artifício mesmo.

S - a Carol disse que está vendo fumaça por lá (ah, então dá pra ver o Botafogo da casa delas); eu mato esses caras, que coisa de mau gosto! a gente mora no Rio, pô. já tava deitada pra dormir, e ouço um barulho desses...

na Alemanha não tem tiroteio

mas poderiam achar que era atentado

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Schoroeder anunciou que não participará da coalizão estabelecida no governo alemão, devido ao impasse eleitoral (a candidata vencedora não obteve maioria suficiente no congresso).

Schoroeder está em seu segundo mandato, e é um dos principais opositores ao ultra-liberalismo pregado por Inlglaterra e EUA para a Europa. buscava contrapor-se a ele, alinhando-se com a França.

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letra de música do novo disco do Lulu Santos:

Bonobo Blues
(Lulu Santos)

Li em uma revista uma notícia que me arrasou
Era sobre os bonobos, um tipo de primata em extinção

Dizem que o bonobo é bem mais dócil do que o chimpanzé
Que é parente distante de toda Maria, de qualquer José

E a tristeza no olhar do bicho na ilustração
Me fez ver num estalo: descendemos do macaco errado

Bonobos são nobres, espertos e desenvolvidos
Bonobos são chiques e fazem sexo sem limite

Do lado de um bonobo outros bichos parecem manés
Eu bem que preferia ser bonobo do que ser chimpanzé

Chimpanzé

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huahuahuahua

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ainda ontem, voltando do aeroporto, eu comentava com Fernando (como bons péla-sacos da música que somos) acerca da versão de Lulu Santos, que foi vetada do songbook do Gil.

tratava-se da música "ele falava nisso todo dia", uma anti-parábola sobre um rapaz que se preocupava demais em fazer um seguro pra família - e acabou sendo atropelado em frente à companhia de seguros.

a versão era maneira, mas fora vetada pelo Chediak, segundo constava. só pudemos ouví-la uma vez, quando Lulu a tocou numa entrevista ao Jô Soares.

os cds do songbook saíram com uma música a menos, e da gravação não se tinha mais notícia.

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por coincidência, hoje descobri na rádio terra que Lulu Santos gravou "Ele falava nisso todo dia" em seu novo disco, com aquele mesmo arranjo só de voz e guitarra (acrescentado apenas um loop de bateria).

além de ouvir a música, pude também ouvir a versão do Lulu Santos para o episódio do veto; muito interessante!

ele contou que, ao ser convidado para o projeto, não quis escolher uma música óbvia do repertório do Gil, tendo optado por "ele falava nisso...", que conhecera através duma gravação antiga da Bethânia, ouvida obsessivamente por seu filho adolescente.

daí, ele pediu ao Nelson Jacobina (parceiro do Jorge Mautner e atual guitarrista da Orquestra Imperial), então seu "professor de samba" (sic) que lhe ensinasse a harmonia da canção.

no entanto, não se adaptou muito bem à harmonia proposta pelo Jacobina e, após uma pausa na aula (ou após um "fazermos uma vírgula", pra usar a expressão do Lulu :) ele trocou o violão pela guitarra, ligou a distorção e - novamente nas palavras do próprio - atropelou a harmonia.

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dias depois foi ao estúdio e gravou o negócio daquele jeito. e foi considerado meio, digamos, noise demais para o projeto.

aí vem a parte mais bizarra da história: mais alguns dias se passam, e Lulu recebe um telefonema dizendo que parte da gravação havia sido acidentalmente apagada!

ao que ele retrucou prontamente: - quer saber? ao invés de eu ir aí gravar de novo, apaga o resto!

hauhauhua

e eis que, mais de dez anos depois, podemos novamente ouvir a tal versão. bacana.

...mas não justificava tamanho quiprocó! :]

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e com esta bela lenda do rock eu encerro o primeiro post hum diário.

abraços paratodos!