fatos & fotos (2)

Salve Salve as rainhas do rádio

tenho um esclarecimento a fazer:

música não é a coisa mais importante da minha vida.

(ih, acho que como esclarecimento, esse aí ficou meio obscuro, huahuahua)

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dando prosseguimento à série 'fatos & fotos', lá vamos nós:

113 reais muito bem aplicados:

passei uma semana em São Paulo
!

58 de ida, 55 de volta, e foi maravilhoso.

mas eu garanto a vocês que em 1998 essa passagem custava 25 reais!

está ali anotado, com a letra da Lucila, na tabela de gastos do meu primeiro ano morando em SP (1998). eu reservava no orçamento 100 reais; dava pra duas idas-e-voltas! fim-de-semana sim, outro não, cá estava eu na praia, família, amigos, água e morros...

agora tenho vontade de fazer o inverso; tenho vontade de ir à São Paulo muito mais freqüentemente do que é possível - inclusive pela inflação cartelizada do ônibus interestaduais.

eu sou paulista à beça. e chego em São Paulo e sou desmascarado como carioca a quilômetros de distância. e gosto disso. eu sou carioca de berço. (e eu sou paraense de sangue. sangue de açaí...)

sinto-me bem em São Paulo. basta andar pela Avenida Paulista, pela Vila Mariana, pela Consolação, basta chegar na Rodoviária, sair do metrô, que eu já sou morador há cinco anos outra vez.

eu queria que São Paulo e Rio fossem bem mais perto. pra virar a noite com a Marina e o Mantovani (SP), fazer um programa-de-casal com a Graziela, o Quico e a Ana (RJ), e em seguida jogar algo com o Alfredo (SP) e o Saboga (RJ).

tudo bem, tudo bem: se não der pra ser tão perto assim, pelo menos que desse pra eu marcar uma festa de aniversário e, uma vez no ano - na vida! - ter a maior parte dos meus amigos próximos realmente e simultaneamente próximos.

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mas mesmo com a distância real e concreta dá pra aproveitar bastante. essa semana passada em SP foi ótima, a melhor em tempos.

e isso se deveu, com certeza, ao fato de que me esforcei um pouco mais para conciliar disponibilidades e, favorecido por coincidências, pude me encontrar com um bom número de queridos amigos paulistanos - ou habitantes da paulicéia.

levei uma listinha de coisas a fazer e pessoas a encontrar, e consegui marcar uma bolinha ao lado de uns 2/3 dela; um excelente índice, não? bem, pra mim foi.

especialmente porque a minha vontade sempre superestima o que vai dar pra fazer em seis dias. desta vez, como das outras, não pude encontrar todas as pessoas que gostaria. Débora (com quem estive no Rio, no fim do ano passado), Duique, Gabriel e David (com quem, em contrapartida, passei uma excelente tarde ouvindo e discutindo música há pouco tempo, aqui no Rio, onde ele esteve bem a tempo de assistir a um show do 3a1 - aliás, agradeço a quem colabora, vindo ao Rio de vez em quando!); Manuela, Carla, Julia, Helena... e ainda muitas outras pessoas... a Bel, com quem cheguei a falar por telefone... (tem até quem tenha resolvido, só pra dificultar, mudar-se do Rio para São Paulo! e o que dizer de tempo pra conhecer novos paulistanos?!).

mas o saldo, como já disse, foi mais que positivo. e olha que, na verdade, eu só fiquei 4 dias em São Paulo propriamente dita, visto que meu roteiro começou pela Granja Viana - que, convenhamos, não é muito perto do metrô.

memso assim, deu pra encontrar Graziela (que foi comigo e ficou durante toda a 'fase Granja') Paulo Grise (que nos recebeu com a solicitude e humor de sempre em sua nova casa, ele que é paulista e morava há 10 anos em Belo Horizonte, e agora volta para São Paulo - ou quase lá) Julia Grise D. Ivonete Seu Orlando Cristiane Julinha Pedrinho Clarice Marcelo Rodrigo Ninja Luis Menor Paulo Thiago (esse veio pra mais perto: morava em Brasília e eu não via há anos!) Pati Lali Bah Fanny Marina (que também estava lá em trânsito, veja só) Dani Alfredo (que depois me ofereceram a maravilhosa acolhida de costume, parte do que me faz sentir em casa) e aí Juliana (que estava, por coincidência, gravando uma música minha no estúdio do) Sasso Mantovani (um dos poucos que encontrei mais de uma vez; não que isso seja surpreendente :) Lucila!! (cara, como assim a gente não se via há mais de um ano?) Fê Jorge (que sediou o reencontrou no quintal) Stein (cuja Stein-Pacheco inc. gentilmente me convidou para um hamburger com milk-shake)... tanta gente que devo até ter esquecido alguéns (ops. mal aí :)

pensa que foi só? não! em mais uma boa coincidência de eventos, na última noite Mantovani me levou à festa de aniversário de 8 anos da Caros Amigos), onde havia show do... Biônica! o que significa que sim, encontrei a Marina Pontieri! outra que não via há milênios. e foi muito legal, porque ela não fazia idéia de que eu estava em são Paulo, e de repente eu surgi na festa onde ela ia tocar. lá também estavam (sem perder o fôlego) Natália (que escreve pra 'Caros...' e nos convidou) João (que fiquei feliz de encontrar ainda namorando com a) Natália (não estou repetindo, é outra...) Ramone (é claro, visto que ele é guitarrista do Biônica) Tati, Ulisses, quem mais?

ah, sei lá, mas se esqueci alguém da festa, me dêem um desconto: afinal, a noite se encerrou de manhã, duas padarias depois, com Mantovani e Marina - e não estávamos bebendo café, não...

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caramba, até eu achei que foi muita gente, assim listando. mas a qualidade de alguns desses (re)encontros é que me fez gostar tanto da curta semana de 6 dias em São Paulo.

...onde, é claro, eu gastei mais que os 113 reais extorquidos nas passagens.

e olha que teve dia que eu almocei e jantei yakisoba do chinês da Av. Paulista (o de em frente à Gazeta, recomendo!). ou pastel no Liberdade (dito 'o Melhor Pastel de São Paulo'; essa mania paulistana de fazer ranking de tudo é muito engraçada; parece que os paulistanos são 20 milhões de Rob Flemings hahaha). e não deixei de testar minha capacidade digestiva com um monstruoso black dog (apresentado turisticamente ao Paulo Thiago por mim e pelo Menor. se você ainda não conhece, passe lá! mas tem que ser completo, hein? recomendo o BD no pão de parmesão. delícia. eficiência alimentar. e é 24h!).

(hmmm, acabo de lembrar uns tantos outros lugares paulistas onde eu não comi desta vez... Moqueca Capixaba... Biu... estou ficando com fome.)

também tive de investir no meu encordoamento favorito de violão, que é difícil de se encontrar em São Paulo - e inexiste nas lojas do Rio. preço da raridade: 70 cuentos. ui. mas o Classic N Superlona CF 128 flat da Thomastik-Infeld - o único bom encordoamento com a corda sol enrolada! vale mais essa extorsãozinha. (pois é, eu usava qualquer corda, nunca fui fresco com essas coisas; até que o Bic me deu a dica da Thomastik com sol enrolado, e minha vida mudou: pela primeira vez eu fiquei em paz com a afinação da corda sol - e nunca mais pude comprar um encordoamento baratinho...)

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preferi relatar quem eu encontrei em São Paulo que listar o quê eu fiz com cada um e sozinho, ou onde eu estive. mas vale dizer que além das saídas, festa, churrasco, jogos, da minha primeira ida ao Hopi Hari (?!), etc, etc, ainda deu tempo de

1. visitar o estúdio na casa do Sasso - isso foi muito legal, não só pela coincidência de Juliana e ele estarem trabalhando em músicas minhas, mas principalmente por encontrar mais gente envolvida com música, mais especificamente com essa lado da música - a gravação (dita) caseira.

foi legal falar com o Sasso disso, ver as adaptações de equipamento e espaço dele, como ele está trabalhando, etc, comparar com o que faço por aqui, trocar idéias. não conheço muita gente que faça isso, o que torna a atividade ainda mais solitária.

foi muito legal, por exemplo, descobrir que o Sasso tinha gravado e estava mixando uma música que um amigo seu iria inscrever no Festival Cultura - porque uma dos itens da minha lista de 'coisas a fazer em SP' era justamente me inscrever no Festival. me senti bem menos isolado, encontrando por acaso mais gente envolvida com ele.

aliás, o Festival, e a própria idéia de se inscrever ou não nesse tipo de evento, merece um post próprio; mas adianto logo aos compositores e a quem tiver amigos compositores: se você considera se inscrever em algum festival, este com certeza vai interessar. confira mais detalhes no site. as inscrições vão até dia 15/05.

aos não-compositores interessados recomendo a sessão de vídeos dos festivais dos anos 60, com cenas antólogicas. eu, pelo menos, fiquei literalmente arrepiado ao assistir.

[em tempo: eu de fato me inscrevi, com uma música de inspiração paulista, composta no Rio, num diálogo direto com uma antiga canção do baiano Tom Zé - o baiano mais paulista do Brasil.]

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e assim termino este post como comecei: com música. aquela mesma que não é o mais importante embora seja da maior importância.

abraços e/ou beijos paratodos os caros amigos leitores!

em especial ao paulistas e residentes na megalópole tupiniquim, também carinhosamente chamada de 'aquela estranha cidade ao sul do país'.

beijos também para Silvia, mi hermanita (e parceira na música), cujo aniversário foi ontem (dia 7/05).

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...e pra não dizerem que das fotos só viram os fatos, ilustra este post uma foto-síntese (ui! juro que o cacófato foi sem querer!):

um paulista do interior, que conheci na capital, e hoje mora em Berlim (Ricardo Domenceck); um carioca paraense ex-residente em São Paulo (Dimitri BR); e um brasiliense (ih, Carué, foi em Brasília mesmo que você nasceu, né?) que conheci numa viagem à Bahia, e hoje vive bem ali em Santa Teresa numa casa muito maneira, embora longe de seu trabalho em Niterói (Carué).

ah! a foto foi tirada no MAM-RJ por Graziela, mineira residente no Rio...

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[esse surto migratório aos 45 do segundo tempo me lembrou algo: Ricardo Domeneck, Marina Taddei e um escrete internacional acabam de lançar a revista online Hilda, cuja proposta é justamente reunir fotos e textos (wordimage, no neologismo empregado por eles) de nômades procedentes e/ou residentes em São Paulo, Berlim, Londres e Nova York. a primeira edição está muito bonita, eu recomendo a visita.]







4 comentários:

Djoh disse...

eu sou incluído no ESCRETE INTERNACIONAL??? porra! HAHAHA

Anônimo disse...

ué, meu caro princesa: 'internacional' incluí todo o mundo!

btw, gostei muito do seu texto. mas seu dedão é anômalo mesmo??

:P

Carolina disse...

os vídeos são bacanas, e na verdade a gente meio que conhece desde o berço. mas os dois do chico são de arrepiar mesmo.

Anônimo disse...

bem, o Fernando conhecia de cor mesmo, mas eu nunca tinha visto a maioria deles. e fiquei arrepiado em quase todos.

o 'roda viva' e sua platéia enlouquecida ,com certeza; o jair rodrigues cantando muito no 'disparada'; o coro da galera no refrão de 'ponteio', o sérgio ricardo interrompendo a música no meio - por mais que a gente saiba o que vai acontecer, não dá pra não sentir a tensão do momento!

e o gil, maravilhoso com os mutantes, um cara com uma fluência musical inacreditável, cantando uma das melhores músicas já compostas no mundo: 'domingo no parque'.

não é à toa que a matéria no globo dizia: nunca tantas pessoas discutiram apaixonadamente, partidariamente, a estética da música. não nesse nível de envolvimento.