[quis roubar o livro da Angélica de Freitas da livraria. ao invés disso, comprei.]
entro na livraria do bobo.
não tenho dinheiro
e tampouco tenho talento para o crime.
desfilam ante meus olhos
títulos maravilhosos
moribundos de tanto estar
nas prateleiras.
roube-nos, dizem eles.
não agüentamos mais ficar aqui
na livraria do bobo.
quem acreditaria
nesta versão dos fatos?
ajudem-me, maragatos
nesta hora afanérrima
de uma libertadora paupérrima
de livros.
retumba meu coração. retumba
mais que a bateria do salgueiro.
treme o corpo por inteiro
e as mãos já suam em bicas
ganho a rua, mãos vazias
e os livros gritam: maricas.
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porto alegre, 1998
angélica de freitas
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ah, desencanei de postar o outro texto. esse poema é tão legal!
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bons dias paratodos.
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