3 shows

1. New Order, Rio, 15/11/2006

1 Crystal
2 Regret
3 Ceremony
4 These Days
5 Transmission
6 Krafty
7 Waiting For The Sirens' Call
8 Turn
9 Your Silent Face
10 True Faith
11 Bizarre Love Triangle
12 Temptation
13 The Perfect Kiss
14 Blue Monday

bis1
15 She's Lost Control
16 Love Vigilantes

bis2
17 Love Will Tear Us Apart

eu e Silvia hesitamos até a véspera (Chirol e Ana, até o dia), porque os ingressos estavam caros, mas felizmente tomamos a acertada decisão de ir: o show foi lindo.

eu temia que fosse burocrático mas, a meu ver, o NO comprovou que dá pra ser 'profissional' sem ser frio (como se o REM não tivesse pulverizado qualquer dúvida a esse respeito, no Rock in Rio 3).

é sempre bom ver bandas antigas tocando com gosto. melhor ainda é ver uma banda e reconhecer que tem uma identidade própria; e o NO é uma banda única em muitos aspectos:

1. é uma das poucas bandas em que o baixista é a estrela - e certamente a única em que isso acontece sem que haja baixista.

eu explico: os baixos do NO não cumprem a tradicional função de ligação entre harmonia e "cozinha" da música; nem tampouco a de preencher sempre a área grave das músicas.

o Peter Hook toca (feito um possesso, por sinal) quase sempre linhas melódicas paralelas ao vocal, que oscilam entre as funções de riff, ou de uma segunda melodia, um 'backing vocal no baixo'. quase sempre ele usa efeitos e fica na região aguda do baixo, deixando o preenchimento a cargo dos teclados, programações, bumbo, guitarra base - um ou mais desses, conforme o caso.

2. é uma banda única em estilo, referência para diversos trabalhos posteriores. estão entre aquleas bandas que não apenas têm hits, mas sim hinos a seu dispor no setlist.

caso exemplar, 'bizarre love triangle' é daquelas músicas que fazem parte não apenas do banco afetivo dos fãs, mas da construção de identidade de incontáveis pessoas que jamais buscaram deliberadamente ouvir a banda. foi cantada a plenos pulmões pela platéia, em correspondência à interpretação nem um pouco burocrática pela banda (que só escorregou um pouco, nesse sentido, no 2bis, com a também emblemática 'love will tear us apart').

3. é uma banda que é duas - sendo a primeira essa referência cultural que citei no item 2, e a segunda, uma lenda morta-viva, o Joy Division (pra quem não sabe, o New Order foi formado pelos integrantes do Joy Division, após o suícidio do vocalista desta última).

essa condição peculiaríssima permitiu que um repertório que jamais seria ouvido em tal escla fosse tocado, ao vivo e para grande público ao redor do mundo, por uma banda que nem é sua detentora (do repertório), nem é usurpadora, pastiche.

depois de anos evitando as canções do JD, o NO tem incluído muitas delas no set (como fez no Rio), mescladas sem pudores com suas próprias.

enfim: muito antes do primeiro bis - quando eu já esperava apenas o previsível encerramento com 'love will tear us apart', e eles torama 'she's lost control' (um dos sub-hits do JD) e uma de minhas favoritas, 'love vigilantes' (do NO), eu já estava agradecendo a mim mesmo por ter resolvido ir a show.

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[aliás, essa decisão foi minha primeira influenciada pelo recente show Cardigans/Gang of four em São Paulo, ao qual também decidi de véspera que iria - decisão da qual, igualmente, não me arrependi.

acontece que é difícil quantificar o "retorno" do investimento em um showdifícil empenhar seus recursos monetários numa coisa tão abstrata e fátua.

mas, durante esse tal show em SP, refleti o quanto eu, particularmente, aproveito quase qualquer show - e quanto mais, algum que eu realmente queira ver. pensei isso ainda durante o show dos Cardigans (que, descontada a saciedade do meu desejo de vê-los ao vivo, foi apenas ok); no entanto, tal relexão ganhou força mesmo durante o magnífico show do Gang of Four (banda que eu praticamente desconhecia), com o qual fui brindado, em recompensa à minha decisão de ir ver os Cardigans...

assim, a compra do ingresso para o New Order deveu-se à repetição interna do meu novo lema: "na dúvida, em se tratando de show, vá" (esclarço que o adotei apenas pessoalmente, não estou querendo doutrinar ninguém; há quem não ligue tanto para a coisa, e há também - pior ainda - quem não se satisfaça com show algum...) .]

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bem, o post está longo, tenho coisas a fazer, então os shows 2 e 3 ficam pra um p´roximo. abraços paratodos!

2 comentários:

Anônimo disse...

olá senhor dimitri!

sabe que o seu lema também é meu? adoro um show, e fico mal quando perco um bom. foi assim com cocorosie, que não vi e depois me arrependi amargamente.

com o new order foi por pouco, mas felizmente uma boa e paciente alma me convenceu, no último minuto, a trocar 100 dinheiros por um ingresso. valeu muito a pena (apesar do péssimo som do vivo rio. espero que já tenham regulado, pois domingo estarei lá;-).

esbarrei - literalmente - com você na rua dia desses. mas óbvio, você nem percebeu, e muito menos me reconheceu.

quase que me apresentei: prazer, senhorita mirliton, aquela do pluft.

engraçado essa coisa de anonimato...

saudações, srta. mirliton.
(aquela, do pluft)

Dimitri BR disse...

ora olá, Srta. Mirlinton!

seja mais uma vez bem-vinda.

esntão você também estava lá no semi-vivo rio, naquela histórica apresentação do new order?

pois é, o som ainda deixa a desejar; me pareceu mais uma questão de adequação, de afinar os equipamentos com o espaço novo, do que um problema estrutural.

em parte, é claro, porque eu espero que os caras não tenham gasto milhões pra construir uma parada com a acústica ruim!

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pois é, sabe que eu também já fiz muito uso do anonimato? tanto que eu tenho até dois heterônimos que hoje são meio notórios, mas surgiram como "disfarces" mesmo, e foram empregados em comunicações anônimas.

a maioria dessas correspondências não deu em nada, em nenhum vínculo pós-revelação; mas foi anonimamente que me aproximei de um dos meus melhores amigos de hoje em dia.

acabei meio que resolvendo assumir o Dimitri BR em tempo integral, no que ele possa ter de real e de construção, como os outros... mas não descarto recaídas eventuais em outras personagens.

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então nos esbarramos, e você quase se apresentou? bem, ao menos de uma coisa, para o bem e para o mal, você pode estar segura: é quase impossível, então, que eu a identifique ao vivo por conta própria.

não sei se é por andar sem óculos ou por desatenção ou o quê, mas eu sou o PIOR fisionomista do mundo.

então você poderá despir a srta. mirlinton se e quando quiser...

beijos e até a próxima comunicação, seja por qual identidade for.

PS: espero que o esbarrão não tenha sido danoso! eu ando meio depressa. são as pernas compridas. :P