tem cabimento isso?

"acabo de comprar uma tv a cabo
acabo de entrar pra solidão a cabo
acabo de cair no 16 a cabo
acabo me tornando usuário

do 12 pro 57 é um assalto
do 12 pro 57 é um assalto
é 171, 171, 171

só não caí
porque sou nordestino
bem alimentado

vai net
vem net..."

[tv a cabo - otto, o cantor-palíndromo]

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pooois é: depois do celular, finalmente dou uma chance a essa outra incrível maravilha da mudernidade - a tv a cabo.

resolvi aceitar o oferecimento de Silvia (merci, maninha!), a eterna proprietária/assinante da tecnologia de ponta em conforto da casa (é notório que eu e Marina nunca investimos muito na área, digamos assim), e assinar um ponto extra da net dela.

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eu resisti por longo tempo à idéia da tv a cabo, em boa parte pelo dinheiro (o ponto-mãe é bem além das minhas intenções de gasto com esse tipo de coisa), mas também porque temia arranjar mais uma maneira de perder foco, perder tempo produtivo.

acontece que mudar de idéia foi uma questão de realismo: eu passo grande parte das noites acordado, e grande parte das tardes também, freqüentemente com minha radio-on-the-tv (não confundir com a banda, que é exatamente o oposto) ligada, variando só o volume de sua tagarelice. um hábito antigo que, na presente impossibilidade de uma tagarelice mais pessoal, orgânica e naturalmente sem vibrato, acaba por se tornar mais freqüente.

assim, fui levado a admitir que ficar toda noite à mercê dos convidados do Jô Soares, e da pouca sensatez da escolha da audiência no intercine (escolhendo invariavelmente a pior entre duas alternativas geralmente ruins) era um pouco cruel demais.

e também que eu, quem sabe, precisava mesmo de algo pra me ajudar a "perder o foco", de vez em quando; como não me proponho a fazer uso constante de substâncias alteradoras da consciência, resolvi abrir os braços para esta alternativa com controle remoto.

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assim, hoje veio aqui um cara muito simpático instalar a net. instalador, baterista e percussionista, também interessado em gravação digital, quadrinhos e livros de mistério. ah, e arranjador informal do coral de sua igreja evangélica, também.

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[aliás, cabem aqui duas reflexões:

1. o cara que instalou minha internet a cabo, meses atrás, era cavaquinista e cantor de samba; e hoje recebo esta figura tão interessante, o baterista evangélico que fica chateado
quando, ao dizer que fez aulas com o baterista da tradicionalíssima Orquestra Tabajara, recebe de volta o riso dos filisteus, que logo pensam que ele tomava lições de música com o Seu Creysson.

precisa dizer mais? quem ainda quer se arriscar em música aí, levante a mão.

2.
sim, tenho, como você - e você também - que torceram o nariz, uma resistência inicial, por que não dizer, um preconceito mesmo, contra devotos em geral, e evangélicos em particular.

no entanto, a malta laica que encaro de peito aberto, sem pré-julgamento, essa malta é, via de regra, grosseira, rude, e muitas vezes bronca, de uma ignorância quase voluntária - "filisteu" vai bem a calhar mesmo, ou quem sabe, fútil?.

pegou meu preconceito pelo pé o cara simpático e que me animava muito mais a querer manter um diálogo do que 99% dos seres humanos com quem somos levados a situações de convívio social - situações estas que, hoje tive mais uma prova, podem sim ser, senão agradáveis, no mínimo, inócuas.

dessa reflexão eu não vou poder tirar conclusões tão óbvias quanto da anterior.

o que vocês acham? "mais vale um evangélico legal, que um ateu digamos, menos civilizado"? isso está soando horrivelmente simplista.

e pensei agora que tudo isso pode ser culpa de um meu anacronismo. a polidez como eu a concebo não parece mais estar em vigência. "mas que anormal eu devo ser". :P ]

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mas sim: batemos um papo agradável, o cara puxou cabos, instalou o novo aparato, e pronto: no meu quarto/estúdio/escritório tem tv a cabo.

quer dizer, só falta a parte da tv.

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como assim?!

simples: pra quem não conhece, há tempos minha tv (que tem mais anos do que polegadas!) tem imagem verde.

se está tendo dificuldade de vizualizar, imagine assim: é uma em tv preto-e-branco, só que em mais-verde-e-menos-verde.

isso nunca me incomodou muito (como disse acima, eu e Marina raramente destinamos verba pra esse ministério. a tv dela, por sinal, desliga sozinha às vezes - e, pra desligá-la de propósito, requer o emprego de uma caneta bic, que a Marina gaiatamente chama de "controle remoto").

afinal, eu raramente vejo televisão - eu a ouço. mor do tempo, sequer a escuto. a dita cuja fica acima da mesa do HAL (meu computador, com outro nomezinho cabotino), em cuja tela há invariavelmente coisas mais interessantes pra se olhar.

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só que a tv a cabo conseguiu um prodígio; pasmem: após sua instalação, a imagem ficou pior do que antes! realmente surpreendente, a mudernidade. ah, o conforto burguês.

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por isso, cá estou eu, de volta à rotina: sentado na cadeira do HAL, a tv ligada num filme, a imagem péssima...

só que a tv a cabo disponibilizou, entre outras novidades, uma teclinha bacana - o famoso mute. geinal avanço tecnológico! agora, quando o zumzumzum das vozezinhas (em inglês!) me pentelha, aperto um botão, e posso escrever sossegado e contente no meu querido pc.

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em resumo: cá estou eu, postando no humdeabril, muito bem-humorado - sabendo que, à distância de uma inclinada de pescoço, posso ver a imagem verde e bruxuleante de um filme cujo som eu tirei!!!

cara, essa até eu achei meio estranho.

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mas o pior talvez seja que estou mesmo achando legal. novamente agradeço à Silvia, e ao baterista-evangélico - que não só instalou a net na minha tv anciã, contrariando as indicações da empresa, mas também me informou que a Silvia tinha solicitado um ponto digital, e ligou ele mesmo pra central, reclamando que as funções do mesmo não estavam habilitadas (eu não sabia disso, achava que o ponto extra estava tão baratinho por ser analógico, e talvez demorasse um tempão pra Silvia se dar conta do engano, e aí talvez um outro cara, não-evangélico e não-legal, viesse aqui pra fazer a mudança, e talvez ele, ao invés disso, retirasse meu ponto, instalado ilegalmente numa tv sem conectores rca e de imagem verde, e...

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bom, eu ainda tecer umas primeiras impressões sobre a programação, e sobre como é uma merda que só passem programas de macho-adulto-branco à noite e de madrugada, e nada de Gilmore Girls; mas fica pra outro post.

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...porque, pra encerrar, preciso mencionar aqui que o Rogério Duprat morreu hoje.

e pra não dar esta triste nota em vão, ajunto uma informação útil: passei nas lojas americanas hoje, e lá estava o fundamental disco-manifesto da Tropicália, vendido a 10,99. deve ter em muitas filiais pelo país, mas adianto que na da Nossa Sra. de Copa (perto da Figueiredo) tinha um monte.

assim como disse no caso do Dino 7 Cordas, o que vale é ouvir os arranjos do Duprat. o resto é tietagem mórbida.

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[...e se alguém aí for jogar fora uma tv, pode jogar no meu quintal!

aqui tem, mas a-cabou. ui.]

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será que vai passar um documentário sobre ele no Canal Brasil??

24 comentários:

Anônimo disse...

Eu gostei deveras de vc ter uma TV a cabo agora.

Ela precisa de nós.

Dimitri BR disse...

ela está no meio de nós.

Rafael Mantovani disse...

hahaha, que bom post :-)

não vejo nenhum problema em você usar a TV apenas pela sua função "conforto de estar passando algo", mesmo que seja no mute e com a imagem verde. É melhor que se sentir sozinho, e melhor que a companhia do Jô Soares e dos programas evangélicos.

aproveite a multiplicidade de canais!

bjo e saudade
manti

Dimitri BR disse...

mantovani, eu assinaria você mesmo que sua imagem fosse verde e trêmula.

e um botão de mute até que não faria mal, às vezes.

huahuahua

Anônimo disse...

parabéns, senhor dimitri!

eu ainda não cedi à tv a cabo, e te invejo, mesmo que verde e mudo.

muito embora veja ainda alguma graça na tv aberta. mil e uma noites e amaury jr. são dois dos melhores soníferos que eu conheço. ;-)

saudações, srta. mirliton.

Anônimo disse...

1 - eu cedi, só o $ que não

2 - eu amo mil e uma noites com a moça que faz durante a semana

3 - gilmore girls costumava passar tipo 4 horas da manhã

4 - eu achei que eu pegasse seu preconceito pelo pé nesta questão

5 - atenção que a temporada nova começa amanhã, às 20h

Rafael Mantovani disse...

nova temporada do gilmore girls, em pleno 2006? A Cory já não tá com uns trinta anos, prestes a ter uma filhinha ela mesma e assim perpetuar o seriado?

Dimitri BR disse...

Sra. Mirlinton:

seja mais uma vez bem-vinda por aqui.

infelizmente, desta vez discordamos fundamentalmente: tenho horror ao "mil e uma noites" (como a qualquer programa de vendas), e repudio o amaury jr., também (como qualquer programa de "celebridades").

de qualquer modo, pro meu horário de insônia esses programas acabam muito cedo(!). estamos falando aqui da alegria quando ao invés do hediondo "as novas aventuras do gasparzinho", a globo passa "tecendo o saber", ou - melhor ainda! - "um pé de quê".

saudações recebidas, aceitas e retribuídas.

Dimitri BR disse...

ooi Carolina!

1. como disse, quem possibilitou a coisa foi a minha querida irmã; eu não teria instalado um ponto principal.

2. caramba, mais alguém que não só tolera, mas "ama" (?!!) 1001 noites!! isso é quase incompreensível pra mim.

3. agora está passando às 6h da manhã! melhor ver durante a tarde, ou os episódios novos à noite, mesmo. ainda por cima, é no horário do dawson's creek. eu meio que enchi o saco de dawson's, mas bem, ainda é melhor que, sei lá, cheers, ou 99% dos seriados com claque.

4. claro que dão.

primeiro, porque eu sou um ateu cientificista e racionalista, mas sou bem tolerante com religiões de um modo geral (embora talvez essa tolerância venha diminuindo); o preconceito é com evangélicos especificamente - daí a minha reflexão no post

segundo - e mais importante - porque, ora Carol-ina! acho que conheço você um pouco antes, um pouco mais, e um pouco além, de você ser judia, ou engenheira de som, ou sexóloga ruiva, ou fã do diarréia cerebral, né?!

5. ops! quando era "amanhã"? bem, vou ficar atento. mas não sou muito de "acompanhar", não; eu vejo se estiver passando. merci, de qualquer jeito.

beijos! continuo querendo te encontrar, e/ou ir na sua casa. aliás, sua mãe está aqui, não? vamos aproveitar o ensejo. aliás, falei longamente com seu irmão hoje, foi ótimo.

beijos.

Dimitri BR disse...

Mantovani: não sei quantos anos a Cory - que, aliás, se chama Rory! - tem segundo a história, mas mesmo a Alexis Bledel, sua intérprete, tem só 24 anos; a personagem está na faculdade, e acho que só perdeu a virgindade há alguns capítulos.

mas até que era uma boa idéia, a netinha Gilmore; já imaginou, QUATRO gerações de mulheres hiper-tagarelas juntas?

aí é que ficaria definitivamente impossível acompanhar os diálogos.

Anônimo disse...

senhor dimitri,

por favor, não me interprete mal.

eu também tenho ojeriza a mil e uma noites e amaury jr... justamente por isso, eles resolvem o problema quando estou sem sono. é tão ruim que não prende minha atenção, e pluft! (sempre ele!): em 10 minutos estou nos braços de morfeu.

em contrapartida, também fico feliz quando esbarro n'um pé de quê?. o episódio sobre os baobás mudou minha vida.

saudações, srta mirliton.

ps. recebeste minha resposta? fiquei curiosa para saber se gostou das puppinis. ;-)

Rafael Mantovani disse...

Nossa, "Novas aventuras de Gasparzinho" deve ser sinistro (quanto mais novas forem, mais sinistro). Esse é aquele em que o Gasparzinho tem como amigos um fantasma peludo e duas gostosas, e todos eles eram policiais do espaço? (Não deve ser, esse lance de fantasmas policiais no espaço é muito seventies).

Dimitri BR disse...

srta. mirlinton: um pé de quê! agora sim. esse deve ser o melhor programa da televisão brasileira em anos.

manti: quem dera. esse das policiais espaciais gatinhas e do Assombroso (o fantasma que você descreveu como "peludo") é mesmo dos anos 70, quando todos os desenhos tinham uma versão espacial.

o "novas aventuras", como você supôs também, é mais recente e portanto, muito, muuuito pior. pra você ter idéia, é tão ruim que basta ouvir o locutor anunciando o início do programa, pra que o Gasparzinho tenha sobre mim o efeito que ele supostamente nunca quis ter: ele me assusta.

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saindo da tv para o cinema: vocês reconheceram os dois filmes citados no post abaixo? o da foto e o da legenda?

(eles são especialmente fáceis pra Mantovani e Carol, respectivamente.)

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beijos paratodos.

Anônimo disse...

posso falar qual é o segundo?

mil e uma noites é HILARIANTE. a moça é meio mineira, o sotaque dela é o máximo, e às vezes ela dá uns gritos fora de lugar, e às vezes eles não têm mais o que dizer, e o melhor é quando ela alonga o final das palavras baixando o tom aos poucos, tipo "maaaravilhoooosOOOOOOoooos".

a rory hoje em dia tem 22 anos. ela já perdeu a virgindade faz BASTANTE tempo. e não, ela não está grávida. e sim, você devia acompanhar às 5ªs feiras às 20:00 ou às 0:00, os episódios da 7ª e última temporada. porque eu já vi até o episódio 5 e é uma das melhores temporadas EVER. e 6 da manhã é cruel. 4h era ótimo, eu ia dormir às 5h achando que ainda era noite.

beijosssssssss em todos.

ps. minha mãe só está aqui por mais dois dias. sua chance é domingo. comunique-se.

Anônimo disse...

171 eu não!
171 eu não!
Adoro aquele programa inglês Você é o que você come...GNT
Não pega canal Brasil na minha...
70's show!!!!
Dawson's Creek? sou mais barrados no baile...

Anônimo disse...

Ah, esqueci de assinar...Luli

Dimitri BR disse...

Luli, é você! mas que honrosa visita - mais uma aliás; já estou achando que valeu a pena a tv a cabo rrrs.

pô, that's 70ies é das comédias menos piores, mas também não gosto; eu não gosto de nenhuma série com claque. mesmo sienfield eu aturo pouco, hoje em dia.

friends eu até assisto, se não tiver mais nada passando, mas já está ameaçando encher, também - assim como o dawson E o clássico barrados no baile.

ainda assim, acho azar que gilmore, dawson E 24 horas todas passem no mesmo péssimo horário das seis da manhã...

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falando em gilmore: Carol, vc quis dizer "última" como última, ou como mais recente? o seriado vai acabar??

beijos.

Dimitri BR disse...

a-a-a-aron balmas: que história! já pensou em ligar pra lá com um discurso diferente, e mais light, a princípio? pra talvez conseguir as coisas com o mínimo de gritaria?

você seguiria os seguintes passos:

1. "oi, gostaria de assinar sua internet por cabo."

o cara vai perguntar seu endereço, e responder.

se ele disser "vamos agendar a instalação", parabéns, você conseguiu!

se ele disser "não cobrimos sua área", ou qualquer outra negativa, passe ao estágio 2.

---

2. "cobrem sim, meu vizinho do apartamento acima tem uma assinatura com vocês"

talvez isso baste;

talvez você tenha de insistir nesse ponto, que ainda não é tão polêmico, só dizendo: "vocês instalaram na casa dele, é meu vizinho com um andar de distância, é o mesmo prédio, então vocês podem instalar aqui sim.", por aí.

esteja disposto a insistir um tanto nesse argumento, mas ainda mais explicando do que exigindo.

já há uma chance boa do cara ou concordar, ou te passar para o supervisor - com quem você recomeçaria, calmamente, do item 1.

se ele seguir discordando, você pode, por sua vez, chamar o supervisor logo, e voltar do item 1.

se algum deles (quer seja o cara, quer seja o supervisor) disser "mas foi uma situação excepcional, porque seu vizinho trabalha com a internet", aí então - e só então! - você passa para o item 3.

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3. "ué, mas eu também trabalho pela internet. sou designer gráfico e tenho que enviar e receber material dos clientes toda hora. é justamente por isso que eu estou ligando pra vocês. por isso é que quero assinar o seu serviço. eu também dependo da internet pra trabalhar."

note que não há pontos de exclamação (ainda), mas pontos finais. a instalação do serviço é para você uma coisa simples e inexorável, e todas as objeções devem lhe parecer estranhas e casuais, e você tem contra-argumentos para todas.

nessa altura, se o cara hesitar um instante que seja, emende imediatamente, sem dar tempo nem pra ele respirar: "podemos agendar a instalação agora? quando vocês podem vir?"

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agora sim, finalmente, chegaremos à gritaria, caso necessário:

se o supervisor - e apenas o supervisor - AINDA fizer alguma objeção, volte ao item 2, substituindo a pontuação (pontos finais por exclamações) e o tom geral (ingênuo/explicativo por exigente/indignado), e siga alternando os itens 2 e 3 até obter uma resposta afirmativa.

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lembre-se: NÃO desperdice a gritaria com o atendente primário, a não ser que tenha absoluta certeza de que ele poderá resolver a questão sozinho; caso contrário, a única razão aceitável para gritar com ele seria se ele não quisesse deixá-lo falar com o supervisor. mas a princípio é melhor apenas pedir-lhe que chame o supervisor, caso haja um impasse, bem antes de subir de tom.

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que achas?

você sabe se mais vizinhos têm esse serviço? há outras empresas que cubram a área, ou cheguem perto? qual é essa, afinal? você quer mesmo internet a cabo?

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bem, boa sorte.

a burocracia (ineficiente e desumanizada) é uma das piores torturas da vida contemporânea.

beijos.

Dimitri BR disse...

recentemente, uma mulher do banco real me ligou, querendo fazer uma pesquisa.

como já trabalhei em várias instâncias de pesquisas diversas, me ofereci, solidário, pra responder.

daí ela fez as perguntas prévias:

"com que freqüência você vai à agência onde tem conta?"

e deu 5 opções. escolhi: "nunca"

"com que freqüência", ainda tentou a menina, "o senhor telefona para a agência onde tem conta?"

"nunca", fui novamente levado a responder, em atenção à verdade dos fatos.

"bem, senhor", lamentou a moça, talvez um pouco constrangida - sem saber que eu estava perfeitamente familiarizado com a aferição de critérios de aplicabilidade de uma pesquisa, nem que acho ótimo nunca ir à agência - "eu deveria lhe entrevistar a respeito de seu relacionamento com sua agência mas, como o senhor nunca vai lá, nem telefona para lá, eu não posso lhe entrevistar."

divertido, eu lhe assegurei que não havia problema, lamentei não poder contribuir com a quase-colega de profissão, e nos despedimos com até-logos e boas-tardes bem pouco protocolares, afinal.

Dimitri BR disse...

"ouro em verde": olha só a primeira coisa que ocorre à Bia!

a mente humana é mesmo fascinante, não? ...e a da Bia, então! :D

ayayay.

a propósito, tudo bem: dava pra ver que era um erro de edgitação.

ayayay2.

(melhor eu parar, por ora...)

Rafael Mantovani disse...

Meu, quando foi que eu disse isso sobre as Gilmore? Eu gosto igualmente pouco da Rory e da Lori, só curto a japa com mãe bizarra.
bjo

Rafael Mantovani disse...

olha, um dos grandes sinais da sabedoria de um homem é a coragem de mudar de opinião. Principalmente quando ele estava numa mesa de bar e não lembra o que falou. Sorva essas palavras de sapiência, bia.

Dimitri BR disse...

ei! sem agressões, crianças. podem brincar aqui, mas tratem o amiguinho com respeito, certo? muuuito bem.

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o Mantovani pode não se lembrar, mas eu acredito que ele tenha defendido a Rory. ele tem - como eu, aliás - o hábito de se enternecer com condutas adolescentes, e de ser, por conseguinte, mais tolerante com estas.

mas também acredito que ele ache as duas umas chatas reprimidas e tagarelas - o que também é bem verdade, e combina com certos momentos de fastio do Manti para com as mulheres de um modo geral.

(estado esse que me atinge com muuuito menos freqüência, vale acrescentar...)

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eu gosto da Rory porque ela é assumidamente nerd e outsider.

mas, como toda nerd menina (ou toda menina filha de uma mãe como a Lorelai), ela tem de se fazer de forte e independente e auto-suficiente, e freqüentemente é autocritica demais, e severa demais para com os outros, por extensão.

a Lorelai até que é bem legal, mas sofre ainda em maior grau do mesmo mal da independente-insegura - tanto que se amarra no "cafajeste indefeso" (o pai da Rory), ou no "Bronco gente-boa" (o Luke, talvez a única pessoa "normal" da série), cada um deles correspondendo a um dos lados dessa personalidade dicotômica:

ora Lorelai é a mulher forte e auto-suficiente, que superou a separação a ponto de poder cuidar do ex-marido infantilizado, ora ela é a mulher vivida que se permite buscar proteção no peito largo do arquetípico Homem Bom que é o Luke.

...vocês não acham??

:]

Dimitri BR disse...

ué, pode insistir. não é, sei lá, 'cheers', então tudo bem.